Por João
Paulo Reis
“Presa...
Capturada. Seis anos da minha juventude foram levados assim” - Emily
Que Revenge é uma série cheia de altos e
baixos todo mundo já está cansado de saber, mas não sei o que acontece com a
equipe de roteiristas e produtores após o hiato de final de ano. Infelizmente
isso não acontece apenas com a nossa novela favorita dos Hamptons, mas parece
que os enredos pós hiato vem sempre sem alguma amarração com os episódios
anteriores, são inseridos novos personagens, e a história parece se afundar no
raso. Essa inconstância faz com que
deixemos de acreditar na história, mas voltemos a acreditar nela alguns episódios
depois, como agora com o ótimo Impetus.
Charlote
em minha opinião sempre foi a personagem mais deslocada da série. Acreditei que
ela fosse ganhar importância na segunda temporada ao ser internada, e nada
aconteceu. Pensei novamente que a moça ganharia destaque na terceira temporada
ao se transformar num projeto de vilã ao tentar atrapalhar o casamento de
Daniel e Emily, mas depois disso ela ficou ainda mais bobalhona. A verdade é
que todos sem exceção acabam usando Charlotte em algum momento, fazendo a
personagem de escada para que outros possam subir. Essa foi a vez de Emily (ou
Rebeca Stone, já não sei mais por qual nome eu a chamarei) se utilizar da
garota num seqüestro armado que só serviu para delinear a trama e dar à ela um
rumo para o final da temporada que se aproxima. Emily não tem mais o prazo que
Jack a deu no início da temporada, mas a lista de pessoas a quem ela poderia
recorrer e riscar da foto sim, e com isso o desespero de terminar aquilo o que
começou algumas temporadas atrás. Se em algum momento acreditou-se que Victoria
iria se unir à Emily, esse episódio serviu para colocar um fim nesse pensamento
(pelo menos por enquanto), afinal o seqüestro de Charlotte tinha apenas o
intuito de fazer com que os Grayson confessassem a participação no crime que
culminou na morte de David.
Óbvio
que nem Nolan nem Jack veriam com bons olhos onde a vingança de Emily poderia
chegar e isso nos leva a uma boa discussão travada por Nolan sobre quem é Amanda
Clarke e quem é Emily Thorne, e a resposta foi a que muitos de nós já sabíamos.
Emiy Thorne foi criada para ser uma máquina, para não ter sentimentos e não
deixar se abalar porque sabia que precisaria ser forte para lidar com um
passado que só faz machucá-la. Nós, seres humanos somos assim, vamos sendo
moldados ao longo da vida pelas situações que vivemos. A cada pedra no caminho,
a cada sofrimento, a cada alguém que nos machuca vamos criando uma casca como
se fosse um escudo protetor que torna as dores posteriores suportáveis. O
problema de se defender é que chega um determinado momento que você procura
pela sua essência, e percebe que ela pode ter ficado perdida lá atrás. Essa é
Emily, aquela que começou uma vingança, e não sabe mais o que será de si mesma
quando a vingança terminar, e puder respirar aliviada por ser apenas Amanda
Clarke.
Por
falar em sangue frio, me impressionou Victoria agir com cautela e sem emoção
num momento que seria emocionalmente fatal para qualquer mãe: ver um pedaço do
corpo de um filho seqüestrado, mas a matriarca Grayson vive um verdadeiro
inferno com saudades de um passado que não volta, e a certeza que todas as
pessoas que se aproximam dela se afastam de um ou outra maneira.
Como
já citei aqui outras vezes, o que seria de Revenge
sem, a tecnologia? Seja rastreando a localização de celulares, ouvindo recados
de caixas postais alheias, usando programas que distorcem a voz, ou mesmo
desviando o sinal do satélite de uma emissora de TV (?), a tecnologia está
sempre presente, capaz até de criar uma realidade paralela onde Charlote estava
apanhando dos seqüestradores. Palmas mais uma vez para Nolan que conseguiu até
trocar as digitais de Emily pelas que Amanda, e consegue mesmo com pouca
aparição ser a voz da razão meio a tantos personagens com mais tempo de tela.
O
ponto alto do episódio com certeza foi a confissão de Conrad , num súbito
acesso de raiva apenas por Charlotte tê-lo confrontado. Ameaçar a própria filha
levou o personagem mais uma vez ao topo da vilania, e colocou uma Emily
verdadeiramente emocionada no caminho de finalizar sua vingança. Diferente de
tantas outras, aqui, a morte de Pascal não foi em vão, pelo contrário, ela
serviu para abrir os olhos de outros personagens como Margaux que se manteve
forte, mas corajosa acreditando que Conrad era o único culpado e até mesmo se
opondo a Daniel.
O que falar de Daniel? O banana que tentou ser vilão, e está sempre tropeçando nas próprias palavras e atitudes? Sim. Esse mesmo. Daniel não tem mais objetivo na vida, apenas perseguir Emily e perambular por diversos núcleos, já que nem interesse amoroso da protagonista ele é. Por falar em interesse amoroso, percebo que o sentimento emana apenas de Aiden, já Emily é confusa ao lidar com as próprias emoções, assim como Jack que idealiza a menina do passado que ele um dia amou, seu amor idealizado de infância, mas ninguém conhece a mulher que a verdadeira Amanda Clarke se tornou, nem ela própria, e menos ainda a que se tornará.
O que falar de Daniel? O banana que tentou ser vilão, e está sempre tropeçando nas próprias palavras e atitudes? Sim. Esse mesmo. Daniel não tem mais objetivo na vida, apenas perseguir Emily e perambular por diversos núcleos, já que nem interesse amoroso da protagonista ele é. Por falar em interesse amoroso, percebo que o sentimento emana apenas de Aiden, já Emily é confusa ao lidar com as próprias emoções, assim como Jack que idealiza a menina do passado que ele um dia amou, seu amor idealizado de infância, mas ninguém conhece a mulher que a verdadeira Amanda Clarke se tornou, nem ela própria, e menos ainda a que se tornará.
Semana
que vem já é o season finale e
repito: o final de temporada perfeito seria todos descobrindo que na verdade
Emily é Amanda, e ela ter um jogo de gato e rato às claras com Victoria da
quarta temporada, que por mim seria a última. É melhor terminar bem uma série a
deixá-la enfraquecer e morrer lentamente como tantas que vemos por aí.
Melhor
cena do episódio: Victoria tocando piano calmamente tentando não gastar
energias, e apenas aguardando a polícia prender Conrad. Madeleine Stone está
atuando cada vez melhor, Victoria tem nuances que nenhum outro personagem tem.
Melhor
fala do episódio: “Goodbye Conrad! Do rot
in hell!”
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